“Mais um bêbado?’”.

Era assim que ele se considerava.
Na minha opinião, era isso que gostaria de ser.
Historias gostaria de escrever
Mas de repente se entregou por um olho mal
Sentia-se perdido
Principalmente quando se deparava com a pessoa mais importante de sua vida
E diante de seu reflexo tudo parava e vinha a tona toda aquela angustia das lembranças de um sonho estranho
Seu rosto já não mais o mesmo
Suas atitudes eram sempre sem cobranças
Vivia, pois não tinha outra opção.
Sua alegria era na mesa de um bar
Seus sonhos mais bonitos não passavam da maquina de escrever
Ah... Chinaki quanta coisa tu poderias aprender!
E foi assim, entre uma decepção, entre uma bebedeira que suas poesias entregaram-se à poeira.
Ao acordar via a cena no ar
Cinzeiros e garrafas vazias
E um desejo de fuga invadia a sua alma aflita
Dinheiro. Preciso de mais uma garrafa
E bêbado era feliz
E bêbado era ele próprio

E ia seguindo pelas noites frias
E ia seguindo pelas calçadas da vida
Entre um cigarro e uma mulher qualquer
Já não lembrava mais de seu delírio juvenil
E na guerra perdeu seus amigos
E na guerra perdeu algo de especial
Lá morreu um sonho
O que restava de Chinaski era apenas um corpo estranho
Uma face marcada por seus anseios de adolescente
E sua alma onde estava?
Dentro de uma garrafa cheia, em algum bar de uma esquina qualquer?
Os anos passaram e Chinaski ao lembrar ouvia seus pensamentos tristes resmungarem
-Que tempos penosos foram àqueles anos. Ter o desejo e a necessidade de viver, não a habilidade.
OBS: Chinaski não era apenas mais um bêbado. Era o bêbado mais sóbrio e consciente que eu já ouvi falar.

Inspirado no personagem Henry Chinaski de Charles Bukowski