"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...Ou toca, ou não toca." - Clarice Lispector

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

“Ela e a ROSA”




Sentiu uma corrente de ar frio invadindo a sala, sabia que aquela sensação também invadia sua alma.
De cabeça baixa permaneceu
Encostou-se na parede úmida
As manchas misturavam-se em sua pele branca e gelada como o mármore
Naquele lugar só havia um único sinal de vida visível
A Rosa vermelha que se abriu para a vida e como na tentativa de se defender daquela morte em vida, usou o seu espinho para furar e fazer sangrar uma alma que se entregava ao desespero de perder, e ao medo de recomeçar.
A rosa estava em suas mãos tremulas e pálidas e ela tentava de alguma forma não ver o sangue vermelho quente e intenso que escorria por entre os dedos fazendo uma delicada massagem naquela pele que mais nada podia sentir até cair e manchar o assoalho de madeira sem brilho...
Eis que um barulho a tirou do seu estado imóvel e indecifrável, era o telefone, com muito esforço conseguiu tira-lo do gancho, mas não tinha forças nem para um “Alô” qualquer. Do outro lado, barulho de carros, pessoas falando e o vento soprando. Esse foi o diálogo por alguns minutos... Até que uma voz rouca e sem vida dá um sinal, dá um adeus e ela ouve um ríspido e doloroso – Não me procure mais.
O telefone caiu no chão e com ele levou o peso de um amor que para ela não tinha fim, mas que naquele momento não existia mais. Não poderia continuar a respirar.
A Rosa foi esmagada assim como fora seu pobre coração, suas mãos foram rasgadas pelos espinhos e molhadas com um sangue que ainda estava quente em nome do amor e assim também se sentia sua alma dilacerada, manchada.
Ela morreu por dentro, a Rosa foi dilacerada como o amor e as marcas ficaram na pele, na alma e no coração.

(Às vezes amar demais nos causa certas e incuráveis feridas)

7 comentários:

  1. Não há rosas sem espinhos...

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  2. Oi querida...

    Nossa...que trágico!!!!

    Deu um arrepio!

    Vai curar a ferida sim...pode ficar uma cicatriz...no máximo....acredite!

    bjos e meu carinho!

    Zil

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  3. Bom dia.

    Dores da alma...
    Essas cicatrizes ficam por toda a vida.

    Um abraço.

    Maria Auxiliadora (Amapola)

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  4. Por isso o amor exige demasiadamente muita sabedoria e direção Divina... =)

    Um beijo, querida!

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  5. Oi Iara,
    Quando nos entregamos demais sem pensar e sem ver o obvio, estamos sujeitos a sofrer.
    Mas acredito que mesmo quando estamos sofrendo por ter entregado o nosso coração para a pessoa errada, somos especiais, porque para ter dentro do peito um sentimento tão sublime quanto o "amor", é preciso ter coragem.
    E coragem é o que mais vejo no seu mundo.
    Beijos
    Malu (Continuarei por aqui assim)

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  6. Iara, vim lhe agradecer o comentário ao meu cantinho e dizer que amei o seu.
    Parabéns! Já estou lhe seguindo.
    Beijos!
    Tânia Suzart

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  7. Iara

    Tragico

    Mas não deixe de amar por decepções vividas, elas só nos fortalecem para uma proxima etapa de nossas vidas.
    Nos faz pessoas melhores.
    Amar é um dom.
    Pessoas com a capacidade de magoar pelo simples fato de magoar não pode viver o prazer de amar.
    Flavia Assis

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